Sankt Pauli fica ao oeste de Hamburgo, e é o bairro mais multifacetado da cidade. Conhecido pela rua Reeperbahn, das casas de strip e sex shops, e pelo time de futebol que leva seu nome, o bairro tem uma longa e complicada história de mais de 800 anos, e atualmente é onde se encontram outras atrações importantes de Hamburgo, como a igreja de São Miguel (Michaeliskirche), o parque Planten un Blomen, e a festa do Hamburger DOM.
Tudo começou com a fundação de um monastério no século XIII, e o bairro ainda se chamava Hamburger Berg. Com o tempo, o monastério foi demolido, e devido à proximidade do porto, e com a chegada muitos trabalhadores dos navios, surgiram bares e prostíbulos na região. Sankt Pauli passou então a ter uma cara mais subversiva, estilo que mantem até hoje, com as prostitutas, bares e jogos – tudo regulamentado por lei.
Até os anos 20 a cidade era bem tolerante com essa vida alternativa. Nesse ambiente nasce também o time de futebol FC Sankt Pauli, em 1910, como contraponto ao tradicional HSV (Hamburg Sport Verein). Mas na década de 30, com o domínio do Partido Nacional-Socialista, as coisas mudam.
A região Sankt Pauli ficou conhecida pela rebeldia, pelos movimentos dos jovens contra os nazistas. O bairro, que fica próximo ao porto, era a porta de entrada das novidades musicais e artísticas vindas de diversos países. Na década de 30, a Alemanha é tomada pelas ideias do Partido Nacional-Socialista de Hitler, e muitos artistas começam a ser perseguidos pelo governo. Por isso Sankt Pauli, o bairro dos boêmios, mostra-se resistente ao terror imposto pelos nazistas. Tanto que até hoje é muito comum encontrar adesivos e cartazes espalhados pela cidade com as inscrições “St. Pauli gegen Nazis” (St. Pauli contra os nazistas).
Após o fim da guerra e com a reconstrução da cidade, os bares e casas noturnas voltam à ativa. E aí vem mais um fato curioso que marca a história de St. Pauli. Em 1962, no Star Club (que não existe mais), os Beatles fizeram seu primeiro show fora da Inglaterra. Em homenagem, a prefeitura de Hamburgo inagurou em 2008 a Beatlesplatz, na Reeperbahn, com as esculturas dos cinco integrantes sobre um disco gigante. Com o detalhe que um dos integrantes parece mais afastado dos outros (é o integrante que saiu da banda, indo embora).
A Reeperbahn, por concentrar muitos bares e locais onde esses fatos aconteceram, continua sendo a maior expressão desse lado mais alternativo de St. Pauli. Muitos turistas costumam confundir a rua Reeperbahn com o bairro. Afinal, é a rua mais famosa da região, em que está a maior parte da vida noturna em Hamburgo. Mas se voce prefere um passeio menos agitado, Sankt Pauli tem outros lugares interessantes, como a a rua Dietmar-Kohl-Straße, com os restaurantes portugueses e espanhóis, um passeio pelo porto, e os bares Elbwerke ou 20Up no Riverside Hotel.
Outra opção é o Hamburger DOM, uma grande festa aberta ao público, com barraquinhas de comida e brinquedos, e acontece todo ano no verão, na primavera e no inverno. Cada temporada dura um mês. O DOM, como é conhecido, fica no Heiligengeistfeld, ao lado do estádio do St. Pauli, o Millerntor.
Pra entender mais da história do bairro, vale a pena visitar o Sankt Pauli Museum, na Davidstraße. É onde tirei estas fotos.
A maioria das informações está em inglês também, e além disso tem uma máquina de fotos instantânea bem legal. Outra curiosidade é o bar logo na entrada, que funciona nos mesmos horários que o museu. Bem a cara de Sankt Pauli 🙂
Davidstraße 17
20359 Hamburgo
Entrada: 5 Euros
Às quintas e sextas o museu fecha às 23h e aos sábados, à meia-noite.
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