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Conhecendo a noite em Hamburgo – e como fazer isso usando o metrô

Após alguns meses morando em Hamburgo, lá por meados de 2010, eu já sabia que o ponto forte da noite da cidade era a rua Reeperbahn, com toda a loucura de seus bares, clubes, boates, sex shops, tudo misturado e concentrado em uma avenida com muitas luzes e gente.

Mas em um daqueles sábados em que saimos para desvendar a cidade, nosso grupo de amigos resolveu ir a um bar em outro bairro, logo ali perto. Já que não conhecíamos, topamos na hora. Pegamos o metrô e uma estação depois estávamos em uma espécie de mini-Reeperbahn. Descemos em uma rua extensa, movimentada, porém com menos turistas, com mais bares, restaurantes, clubes e etc. Era a Schanzenstrasse.

Passamos por diversos clubes, e entramos em outra rua, chamada Schulterblatt (escápula, em alemão – referência à uma loja situada nesta rua no século XVIII, que possuía uma escápula de baleia na fachada, nos tempos em que a pesca do animal era um negócio lucrativo no porto de Hamburgo).

Chegando ao tal clube que os amigos sugeriram, chamado apenas de 73, fomos nos perdendo em diversos ambientes. Em uma sala, rock alemão, do outro lado da porta, uma festa de reggae, no subsolo, hip hop. Já era o terceiro ou quarto bar/clube naquela noite, e em nenhum deles se cobrava a entrada. E aí caiu a minha ficha do que era a tão falada noite de Hamburgo: é entrar e sair de bares na mesma noite, tomar um shot aqui, dançar ali e achar outro canto para tomar uma cerveja. É começar a noite em Altona, ou no Schanze, ir parar na Reeperbahn de madrugada e ver o o sol nascer às margens do rio Elba.

A sua impressão da noite de Hamburgo, é claro, é muito pessoal. Mas se quiser seguir um roteiro que gosto bastante, minha dica é que você pegue o S3 e solte em Altona e comece a noite no bar Gazoline (Bahrenfelder Strasse 132). Depois do primeiro drink, se der vontade de comer alguma coisa antes de ir para a farra mais intensa, passe no kebab shop na esquina com a Große Rainstrasse. Logo em frente há uma caixa eletrônico da Hamburger Sparkasse (que eu chamo de “vermelhão”, já que o letreiro vermelho deles se vê de longe). Aproveite para sacar dinheiro, pois poucos lugares aceitam cartão de crédito ou até mesmo cartão de débito.

Próxima parada, direção Hauptbahnhof (estação central): Sternschanze! Aí é com você. Tem lounge, barzinho com cadeira na rua e até praia de mentirinha (no verão, claro). Aliás, no final da Schulterblatt, vale a pena visitar o Mobile Blues. Literalmente, música sobre rodas, e um ambiente bem curioso e, digamos, aconchegante.

Se estiver com disposição – não vai gastar sua viagem dormindo, né – pegue novamente o S3 (ou U3) e solte na Reeperbahn. Como são muitas opções, algumas dicas: para pub com música ao vivo, Molly Malone (Hans-Albert-Platz 14), 99 Cent Bar (Große Freiheit 31) – sim, um bar de shots a 99 centavos de Euro.

Para os mais alternativos, Molotow (Nobistor 14), Barbarabar (Hamburger Berg 11) e Kaiser Keller (Grosse Freiheit 36). No Mojo (Reeperbahn 1) e no Docks quase sempre tem algum show bacana (Spielbudenplatz 19) e logo ao lado tem o Glanz and Gloria, ótimo bar com música pop e hits (e às vezes um pouco de fila na porta). A lista é grande, e falar por alto de alguns desses lugares é até injusto. Antes de deixar a Reeperbahn, dê uma passada na Praça dos Beatles! Lá no final, perto do Nobistor.

Se à esta altura você ainda estiver acordado, e bem, pegue novamente o S3 e vá até Altona. Saindo pela Max-Brauer-Alle, caminhando cerca de 10 minutos, em direção ao rio Elba, você terá uma das vistas mais bonitas da cidade. À noite é ainda melhor, ver o porto vivo e a cidade em silêncio.

Infelizmente, a linha S3 pode passar por algumas obras ainda esse ano, e o trajeto entre algumas estações é substituído por ônibus. Por isso é bom ficar de olho na página da HVV (transporte público de Hamburgo).

Para os mais resistentes, ainda tem o Fischmarkt, o mercado que começa na madrugada. Mas isso é papo para outro post. Bom passeio e nada de ressaca 😉

A propósito: peça um shot do Mexikaner (mexicano). É uma bebida que nasceu nos bares da Reeperbahn, e se você nem sequer provar, não pode dizer que lá esteve rsrs

 

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